quinta-feira, 2 de julho de 2015

Azocana (Capítulo 37 - Estratos da Verdade)

“Os três foram recebidos pela voz feminina, agora encarnada em uma bela mulher de cerca de trinta anos. Tinha olhos levemente puxados que davam impressão de estarem sempre semicerrados. Eram de uma cor azul-violácea, totalmente inédita. Seus cabelos eram loiros platinados, como os de quase todos naquele estranho lugar. Trajava um vestido de linhas básicas que descia rente ao corpo bem desenhado até o meio das coxas. Nos braços, as mangas desciam um palmo. O tecido era avançado, com uma urdidura de efeito hexagonal, certamente produzido na máquina lá embaixo. A cor amarelo claro predominava, no vestido e também na maioria dos uniformes do pessoal daquele setor.

A sala estendia-se ampla e circular a partir do elevador. A decoração seguia o padrão vigente, minimalista, com poucos móveis. Uma mesa de reuniões, poltronas ao fundo e algumas centrais de controle junto às janelas. Estas eram largas e ocupavam quase todo o perímetro visível do recinto. Por elas, era possível mensurar a imponência daquele complexo agrícola.

Em uma das poltronas o anfitrião tentava disfarçar a agitação que o acometera, mas que denunciava-se pelo  tremelicar da perna.

– Venham por aqui. – convidou solene a mulher.”

“Ocuparam as demais poltronas enquanto a escolta era dispensada, fato que desagradou ainda mais o homem. Antes de sentar-se, a mulher acionou um controle que fez deslizar lateralmente uma espécie de filme escuro, isolando o ambiente do resto das instalações. Nayra e Demini imaginaram ser uma precaução contra o impacto inconveniente que sua vinda acarretaria na população. A mulher apertou mais alguns botões e acercou-se, sentando-se.

– Meu nome é Azocana.”

Azocana é um personagem que entra na trama depois da metade do livro. Sua participação contribui para o enredo geral de modo apenas tangente, somente facilitando uma determinada ação do grupo principal. Sua história, no entanto, é tão inusitada que poderia seguir sozinha como uma ramificação de Alyena, criando um própria identidade.
Ela é uma mulher nascida dentro de uma experiência da corporação Korahner. Juntamente com seu povo, a geração que nasceu com ela, está intrigada com certas descobertas no subsolo da bolha subterrânea onde vivem. Há um objeto em particular que pode abalar todas as concepções de vida que ela possuía até agora. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário