terça-feira, 14 de julho de 2015

KO-S James Cook




Acima imagem do modelo 3D da pequena nave espacial de ligação entre estações KO-S James Cook que aparece no capítulo 46 de Alyena. Há ainda alguns detalhes a serem completados, como a texturização detalhada do topo do modelo, no entanto o principal já está aí e com ele já é possível realizar alguns renders bem bons e, quem sabe, uma seqüência animada.




 

Acima uma capa alternativa para o livro.
Abaixo um detalhe do modelo.



terça-feira, 7 de julho de 2015

KO-S James Cook WIP

Texturização


Pretendo fazer um novo booktrailer com este modelo. Então a textura deve ser bem elaborada, não deixando muito trabalho para pós produção no Photoshop.



O Clube - Conto em andamento

O Clube

Corria o ano de 1940, os nazistas lançavam uma grande ofensiva aérea sobre a Inglaterra, os americanos elegiam pela terceira vez Frank Delano Roosevelt e os comunistas resolviam suas desavenças internas no México com o assassinato de Liev Davidovicht, conhecido como Trotsky. Modernos aviões de caça, voto democrático e uma picareta de alpinismo cravada no crânio do revolucionário russo escreviam a história mundial no hemisfério norte.
Enquanto isto, as águas do Oceano Atlântico banhavam a costa do litoral sul do Brasil com a mesma regularidade de milhões de anos. Nada de novo acontecia por essas bandas, a não ser a promessa de mais um exuberante verão nas praias de Santa Catarina.
Era o mês de outubro e a água do mar ainda estava fria. O barquinho desafiava bravamente a imensidão oceânica com seu monótono “toc toc” produzido pelo motor a diesel. 


Havia neblina naquela manhã e os pensamentos de Bruno vagueavam com a bruma, indo e vindo do continente para a incógnita ilha, à qual se dirigiam, sempre pousando sobre a jovem junto à amurada.
Bonita e com porte, avaliou o rapaz. Trajava um vestido de golas amplas e ombreiras, com estampas coloridas, conforme exigia o clima tropical. Um chapéu delicado, adornado sem exagero, coroava uma cabeleira negra que se esparramava em ondas e cachos pelos ombros. Não podia distinguir a cor dos olhos, mas teve e impressão que eram claros, contratando com as sobrancelhas de negror semelhante ao cabelo. Seus lábios delicados destacavam-se no tom rubro do batom. O vestido descia para a cintura onde era apanhado por um cinto da mesma tonalidade tonalidade, conferindo um toque militar, tão disseminado nestes tempos de guerra. Avançava não muito abaixo da linha dos joelhos, reafirmando o corte e a mohda entre os trópicos. Sapatos fechados com laços discretos sobre o peito do pé, correspondiam em cor e material à peça que lhe cingia o corpo. As luvas contradiziam o conjunto. Não por destoarem, ao contrario, eram claras e de fino acabamento. Combinavam e valorizavam o todo. Seu uso é que intrigava. Não era costume da mulher brasileira, não ao menos àquela hora. Este adereço, somado à piteira que ela trazia entre os dedos, cuja brasa do cigarro se iluminava a cada tragada, indicavam que aquela jovem não deveria ser das redondezas. Talvez nem mesmo fosse brasileira.
Bruno esboçou várias vezes a iniciativa de ir ter com ela, mas sua timidez e a aparente indiferença com que ela continuava a olhar o vazio do mar o desencorajaram. Teria, é certo, bom motivo para abordá-la, uma vez que eram os dois únicos passageiros. Qualquer comentário sobre a ilha, destino de ambos, seria acolhido como legítimo. Mesmo assim, Bruno conteve-se.

Volveu novamente os pensamentos para a névoa. A ilha, refletiu, deveria surgir a qualquer momento. Já estavam viajando fazia algum tempo. Ele não era um conhecedor profundo daquelas águas, mas tinha um forte impressão, pelos passeios que já fizera, que já haviam passado em muito as distâncias dos lugares habitados. Onde quer que fossem parar, suspeitava não estava sequer mapeado.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Azocana (Capítulo 37 - Estratos da Verdade)

“Os três foram recebidos pela voz feminina, agora encarnada em uma bela mulher de cerca de trinta anos. Tinha olhos levemente puxados que davam impressão de estarem sempre semicerrados. Eram de uma cor azul-violácea, totalmente inédita. Seus cabelos eram loiros platinados, como os de quase todos naquele estranho lugar. Trajava um vestido de linhas básicas que descia rente ao corpo bem desenhado até o meio das coxas. Nos braços, as mangas desciam um palmo. O tecido era avançado, com uma urdidura de efeito hexagonal, certamente produzido na máquina lá embaixo. A cor amarelo claro predominava, no vestido e também na maioria dos uniformes do pessoal daquele setor.

A sala estendia-se ampla e circular a partir do elevador. A decoração seguia o padrão vigente, minimalista, com poucos móveis. Uma mesa de reuniões, poltronas ao fundo e algumas centrais de controle junto às janelas. Estas eram largas e ocupavam quase todo o perímetro visível do recinto. Por elas, era possível mensurar a imponência daquele complexo agrícola.

Em uma das poltronas o anfitrião tentava disfarçar a agitação que o acometera, mas que denunciava-se pelo  tremelicar da perna.

– Venham por aqui. – convidou solene a mulher.”

“Ocuparam as demais poltronas enquanto a escolta era dispensada, fato que desagradou ainda mais o homem. Antes de sentar-se, a mulher acionou um controle que fez deslizar lateralmente uma espécie de filme escuro, isolando o ambiente do resto das instalações. Nayra e Demini imaginaram ser uma precaução contra o impacto inconveniente que sua vinda acarretaria na população. A mulher apertou mais alguns botões e acercou-se, sentando-se.

– Meu nome é Azocana.”

Azocana é um personagem que entra na trama depois da metade do livro. Sua participação contribui para o enredo geral de modo apenas tangente, somente facilitando uma determinada ação do grupo principal. Sua história, no entanto, é tão inusitada que poderia seguir sozinha como uma ramificação de Alyena, criando um própria identidade.
Ela é uma mulher nascida dentro de uma experiência da corporação Korahner. Juntamente com seu povo, a geração que nasceu com ela, está intrigada com certas descobertas no subsolo da bolha subterrânea onde vivem. Há um objeto em particular que pode abalar todas as concepções de vida que ela possuía até agora.